As empresas públicas podem ser classificadas segundo diferentes critérios: econômicos, jurídicos ou institucionais.
Numa perspectiva econômica sobressai como traço típico o grau de economia da empresa na fixação do preço de venda de sua produção, levando em consideração que o mesmo pode ser influenciado tanto pelas ordens administrativas quanto pelo mercado.
De forma simplificada, pode-se afirmar que existem quatro situações: no primeiro grupo, incluem-se os monopólios e os serviços públicos; no segundo, as empresas que produzem bens ou serviços em um mercado mais ou menos competitivo, mas que por seu significado e importância exigem um controle de preços; o terceiro grupo corresponde à atividade de preços vigiados, isto é, sujeitos a uma certa vigilância; e, finalmente, o quarto grupo refere-se a mercados competitivos.
Quanto ao grau de autonomia na fixação do preço, costuma-se falar de:
- Empresas de serviços públicos.
Sua finalidade é satisfazer uma demanda, prestar um serviço cujo nível de qualidade e preço são fixados pelo governo.
A empresa deve ter como objetivo a minimização dos custos.
- Empresas públicas monopolistas.
São empresas cujo caráter monopolista se deve a razões fiscais, políticas ou de geração do capital social básico de uma comunidade, constituindo em muitos casos monopólios naturais.
Nelas, a necessidade de controlar os preços é uma exigência, devido à sua condição de monopólio, onde a maximização do lucro não leva a uma otimização social.
- Empresas públicas concorrenciais.
Seria mais exato dizer que agem com diferentes graus de oligopólio, dado que a situação competitiva livre ou aberta costuma ser uma exceção.
Trata-se de empresas submetidas às forças do mercado, cujo objetivo é o lucro e que devem ser compensadas por toda limitação externa imposta pela administração.
Classificação segundo os principais beneficiários de sua ação
Considerando agora os principais beneficiários de sua ação, pode-se falar de:
- Empresas públicas econômicas.
O principal beneficiário é seu proprietário, o Estado, seja mediante a apropriação do excedente, seja pela possibilidade que a empresa oferece para a realização da política econômica.
- Empresas públicas sociais.
São criadas ou estatizadas fundamentalmente para manter uma fonte de emprego ou para prestar um serviço cujos principais beneficiários são os integrantes de sua organização.
- Empresas comunitárias.
Seus principais beneficiários são os clientes ou os usuários dos bens e serviços que constituem sua principal atividade.
- Empresas de bens ou serviços públicos.
O beneficiário da atividade desenvolvida pela empresa é a comunidade em geral.
Leia mais em:
Entenda a importância da empresa pública na economia
Entenda a gênese das empresas públicas
Entenda as formas de organização do setor público empresarial
Entenda a estratégia da empresa pública
Entenda os objetivos da empresa pública
Entenda as estratégias da empresa pública
Entenda os problemas de direção das empresas públicas
Como entender a estratégia nas empresas públicas
Fonte: Álvaro Cuervo Garcia – Doutor em Ciências Econômicas pela Universidade de Madri e catedrático de Investigação Comercial da Empresa.