Thomas J. Peters e Robert H. Waterman Jr, autores do maior best-seller editorial na literatura de tema econômico e empresarial, Em Busca da Excelência, definem os oito princípios básicos de gestão que caracterizam as chamadas “empresas excelentes”.
Ênfase na ação
Não existe uma característica de excelência mais importante do que esta.
As companhias que se destacam neste aspecto não criam comitês permanentes ou grupos de trabalho que duram anos e anos.
Não se perdem em longos relatórios.
O que surpreende é a multidão de dispositivos práticos, utilizados pelas empresas para manter sua agilidade de movimentos e combater o bloqueio que acompanha quase sempre a grande dimensão.
Proximidade do cliente
Embora com frequência possa parecer o contrário, o cliente costuma ser ignorado ou considerado como um pesado estorvo.
As empresas que aqui se destacam oferecem qualidade sem igual, serviço e confiabilidade.
Muitas das empresas inovadoras obtêm precisamente dos clientes suas melhores ideias sobre os produtos. Francis G. Rodgers, subdiretor de marketing da IBM, afirmava:
“É uma vergonha que em tantas empresas seja excepcional obter um bom serviço”.
Autonomia e iniciativa
O fator mais desalentador da vida da grande empresa é a perda daquela qualidade que em princípio a levou ao êxito: a inovação.
As empresas que sobressaem neste aspecto fomentam a aceitação prática de riscos e apoiam as boas iniciativas.
Seguem o mandamento de Fletcher Byron:
“Assegura-te de que geras um número razoável de equívocos”.
Uma característica da excelência é manter muitos líderes e inovadores na organização.
Produtividade contando com as pessoas
A maior parte das empresas apresenta um estilo de direção no qual se pode perceber um desprezo pelo trabalhador, geralmente considerado incompetente.
As empresas que sobressaem, pelo contrário, consideram que o trabalhador é uma fonte de ideias e não simplesmente um par de mãos.
Tratam o pessoal subordinado como fonte fundamental de qualidade e de aumentos de produtividade.
Mãos à obra
Levados por um bom sistema de valores, a maioria dos diretores de empresa consideram que os valores são uma coisa vaga.
Todavia, segundo Thomas Watson Jr, “os ganhos de uma organização têm a ver muito mais com seu ideário, com sua filosofia, com seus valores básicos, do que com os recursos tecnológicos ou econômicos, sua estrutura organizacional, seus dotes de inovação ou seu senso de oportunidade”.
Sapateiro cuida de sapatos
Ainda que possa haver algumas exceções, o mais provável é que os bons resultados sejam alcançados por aquelas empresas que permanecem razoavelmente próximas dos negócios que conhecem.
“Nunca adquiras uma empresa que não saibas dirigir”, afirma Robert W. Johnson, antigo presidente da Johnson & Johnson.
As empresas excelentes nunca se separam de sua base e procuram não se converter num conglomerado de atividades diversas.
Estrutura simples, staff reduzido
As empresas que se destacam apresentam formas e sistemas organizativos extraordinariamente simples.
O pessoal de alta direção é reduzido.
Não é raro encontrar um staff com menos de cem pessoas dirigindo empresas cujos números de vendas são milhares de milhões de dólares.
Nenhuma delas é formalmente dirigida mediante uma estrutura organizacional de matriz.
Puxar e soltar simultaneamente
Dentre as companhias que apresentam um forte crescimento – seja por aquisição de outras empresas, seja por diversificação interna, as que sobressaem são aquelas que permanecem mais atentas e fiéis a suas habilidades ou experiências mais específicas.
Todas elas mantêm um delicado equilíbrio entre centralização e descentralização, entre inovação e fidelidade às mais tradicionais virtudes empresariais.
Os métodos diretivos básicos
- Determinação de objetivos:
Decidir a atividade e os princípios básicos da sociedade ou divisão.
- Estratégia de planejamento:
Desenvolvimento de planos operativos para alcançar com êxito os objetivos.
- Fixação de metas:
Determinação dos fins concretos para levar a cabo a estratégia.
- Filosofia da empresa:
Determinação das medidas de execução que permitirão alcançar os objetivos.
- Estabelecimento de políticas:
Fixação dos planos de ação para executar as atividades fixadas na estratégia.
- Planejamento da estrutura:
Desenvolvimento do plano organizacional que ajude a atingir as metas estabelecidas.
- Provisão de pessoal:
Formação da equipe humana para cobrir os empregos previstos no plano organizacional.
- Determinação dos procedimentos:
Determinação da forma de levar a cabo as tarefas previstas mais importantes.
- Provisão de meios:
Provisão do capital e equipe necessários para a continuidade da empresa.
- Estabelecimentos de normas:
Estabelecimento dos valores, atitudes e pautas não escritas que distinguem a empresa.
- Determinação de programas operativos:
Desenvolvimento de planos que regem as atividades e o uso os recursos.
- Provisão de informação:
Registro de fatos e números que ajudem a seguir a estratégia e alcançar as metas.
- Ativação do pessoal:
Organizar e motivar o pessoal para que leve a termo os planos da companhia.
Leia mais em:
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Fonte: José Maria de Anzizu – Bacharel em Direito pela Universidade de Barcelona, Diplomado em Direção de Empresas pela Universidade de Harvard e Colaborador do Instituto de Estúdios Superiores de la Empresa, da Universidade de Navarra.