Uma vez decidido o sistema de distribuição e as correspondentes formas de venda, a empresa deve tomar outra decisão fundamental: escolher o tipo de distribuição para seu produto.

Distribuição extensiva

Fala-se de distribuição extensiva quando se pretende abarcar o máximo do mercado, isto é, o máximo dos pontos de venda.

O produto é distribuído a estabelecimentos os mais diversos: mercearias, drogarias, grandes lojas e supermercados.

A distribuição extensiva requer a criação de uma grande organização comercial, uma numerosa equipe de vendas e enorme capacidade financeira.

Distribuição intensiva

Por distribuição intensiva entende-se a alternativa de concentrar esforços de venda em uns poucos canais, ou elos de distribuição, ou zonas geográficas.

Recorre-se à distribuição intensiva pelos mesmos raciocínios e objetivos pelos quais se segmenta o mercado.

Embora a distribuição intensiva e a extensiva não sejam teoricamente excludentes, na prática será uma exceção o fato de uma distribuição extensiva ser efetuada com a mesma intensidade de esforço e capital dispensados à distribuição intensiva.

Distribuição seletiva

Por distribuição seletiva entende-se aquela que se limita a uma seleção de segmentos, canais ou elos de distribuição, escolhidos segundo determinados critérios e de acordo com um plano determinado; não merece tal denominação a distribuição de um fabricante que visita ao acaso um maior ou menor número de atacadistas, varejistas ou empresas, sem um planejamento prévio.

As razões que levam as empresas à adoção da distribuição seletiva prendem-se à vantagem de conseguir um bom número de distribuidores especializados, de categoria e imagem adequadas. Isso pode ser importante, quando se quer obter uma imagem de exclusividade dos produtos.

A exigência de executar determinadas tarefas decisivas (por exemplo, assessoramento, serviço pós-venda, etc) que nem todos os distribuidores querem ou podem realizar, e a redução dos custos da distribuição são, também, fatores que podem inclinar um fabricante para este tipo de distribuição.

A distribuição seletiva proporciona maior volume de vendas, uma vez que possibilita atender e trabalhar de maneira mais intensiva um reduzido número de distribuidores, e permite maior grau de colaboração entre empresa e distribuidor quanto à informação do mercado, promoções especiais, política de preços, etc.

Não obstante, essas vantagens só são obtidas com um devido planejamento e a implantação eficaz do sistema.

Isso significa fazer uma análise do tipo de cliente ou dos distribuidores, determinar os critérios de seleção, o tipo e a frequência de apoio aos mesmos.

Distribuição exclusiva

Por distribuição exclusiva entende-se um acordo contratual entre um fabricante e um atacadista ou varejista, segundo o qual o fabricante concede o direito exclusivo de venda de seus produtos em determinada zona.

Como contrapartida, o distribuidor compromete-se a não vender produtos dos concorrentes e a concentrar-se na gama de produtos da empresa representada.

A distribuição exclusiva tem a vantagem de garantir uma maior colaboração e esforço promocional dos distribuidores, assim como de reforçar a imagem e prestígio de ambas as partes contratantes.

Se, como é costume em certos casos, a exclusividade inclui o compromisso do distribuidor de realizar determinado número de vendas, seu descumprimento torna-se em geral conflitivo.

Tipos de comércio atacadista

  • Atacadista tradicional.

Embora se encontre gravemente ameaçado e imerso numa crise, devido à sua escassa dimensão empresarial e insuficiência de serviços que presta aos varejistas, o número de estabelecimentos atacadistas tradicionais é considerável em todos os ramos.

  • Cadeias de atacadistas.

O aparecimento de cadeias de atacadistas obedece à necessidade de fazer frente a forças de origem diversa, mas que atentam contra a existência dos atacadistas tradicionais e independentes.

  • Central de compras.

Trata-se de uma união de varejistas de um mesmo ramo para a compra em comum, a qual geralmente adota a figura jurídica de cooperativa.

  • Auto venda.

Como seu nome indica, são atacadistas que combinam numa só operação o trabalho de venda e entrega da mercadoria ao varejista.

Geralmente, esse serviço também é cobrado.

  • Pague e leve.

Esse tipo de atacadista não é outra coisa senão a aplicação do autosserviço ao nível de atacado.

O varejista é quem se desloca para o estabelecimento do atacadista, escolhe a mercadoria e faz o pagamento.

  • Agente intermediário.

Denomina-se assim o comerciante atacadista que compra do fabricante e vende ao varejista, mercadoria que é expedida diretamente do fabricante ao varejista, isto é, sem passar pelos depósitos do atacadista.

  • Estantes em comissão.

Compreende aquela forma de comércio que consiste em alugar e explorar prateleiras do estabelecimento varejista por parte do atacadista.

Este fornece as mercadorias para a estante em questão, em regime de consignação.

O varejista recebe uma porcentagem sobre o volume de vendas, a título de aluguel.

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Fonte: José M. Veciana Vergés – Doutor em Ciências Econômicas pela Universidade de Frankfurt, Catedrático e Diretor do Departamento de Economia de Empresas na Universidade de Barcelona.