Outro fator que influi na probabilidade de entrada de novos concorrentes, juntamente com as barreiras de entrada, é a atuação que se deve esperar das empresas atualmente no mercado.

Se um setor é dominado por empresas muito fortes, para as quais é importante manter determinada participação no mercado, é de se esperar que a dinâmica desse mercado seja diferente daquela de outro constituído por pequenas empresas, relativamente independentes umas das outras.

Barreiras de saída

Um importante conceito paralelo ao de barreiras de entrada é o de barreiras de saída.

Se as empresas que concorrem num mercado não podem abandoná-lo, deve-se esperar que, diante de um novo concorrente, apresentem resistências em um grau muito superior ao que seria normal.

As causas pelas quais uma empresa não pode abandonar um mercado são muito numerosas, sendo mais frequente a impossibilidade legal de demitir os trabalhadores.

Há casos em que uma empresa não pode prescindir de uma série de instalações produtivas e, sobretudo, de uma mão-de-obra especializada em um determinado produto.

Nessas circunstâncias, espera-se que continue competindo, embora perca dinheiro, visto que não tem outra alternativa.

Normalmente, o resultado de uma situação assim é a deterioração geral do mercado, com excesso de capacidade e preços baixos.

Tem-se um exemplo disso na indústria europeia do aço.

Em situações puras de mercado, o lógico seria que as empresas menos eficientes fossem forçadas a fechar, devido ao excesso de capacidade produtiva.

Mas pressões políticas para manter os empregos fazem com que todas as empresas continuem produzindo, ainda que muitas delas devam arcar com pesadas perdas.

Portanto, o fato de que determinada empresa seja mais eficiente do que as outras não garante absolutamente o êxito nesse caso.

Esta é uma consideração importante no momento de planejar a entrada em um novo setor ou de analisar o mercado do qual se está participando atualmente.

Um último fator digno de menção que leva as empresas menos rentáveis a não abandonar o mercado é o fato de que as perdas não lhes estão importando muito.

Nesse caso estão as empresas estatais, que consideram sua presença no mercado como uma necessidade social ou política, ou empresas privadas que querem manter uma cabeça de ponte em determinado mercado por razões estratégicas, de prestígio, etc.

Aumentos de capacidade em grandes saltos

Outro problema característico é o daqueles mercados nos quais os aumentos de capacidade ocorrem em grandes saltos, por efeito da evolução tecnológica.

As fábricas de papel, por exemplo, devem ser de grande porte para serem eficientes.

De fato, basta a instalação de uma só fábrica nova, de dimensões modernas, para que em determinados países passe a haver excesso de oferta.

Isto, unido às barreiras de saída próprias do setor, faz com que, a cada período de expansão de demanda, se sigam necessariamente alguns anos de contínua guerra de preços e de perdas generalizadas, até que a demanda cresça suficientemente para absorver toda a capacidade da produção instalada.

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Fonte: Josep Caries Jarillo – Master em Economia e Administração de Empresas pelo IESE – Instituto de Estúdios Superiores de La Empresa (Espanha) e Professor de Comportamento Humano no IESE.