Uma alternativa da mulher para conseguir autonomia e assim abandonar a lu­ta para escalar postos diretivos na organização empresarial é fundar sua própria empresa.

Há muitos estudos realizados sobre a semelhança entre o executivo e o empre­sário (principalmente nos Estados Uni­dos).

Os objetivos coincidem e a aceita­ção do risco é comum; a executiva tem que dirigir através da ação do pessoal, a empresária dirigindo a ela mesma, com persistência e constância; a empresária é fundamentalmente planejadora e promo­tora, a executiva é líder e organizadora.

A frustração da mulher preparada pa­ra dirigir um negócio e que não consegue ultrapassar a barreira dos cargos dire­tivos pode transformar-se numa motiva­ção para empreender sua própria aventu­ra, se ama o risco e a independência no trabalho.

Também a crise atual que dificulta a consecução de emprego nas empresas que não valorizam a inovação e a mudança que uma mulher pode trazer, especial­mente para a mulher administradora, constitui um bom motivo para iniciar uma empresa própria.

O homem pensa nesta possibilidade geralmente depois de ter trabalhado para outros, e só com esta experiência se lan­ça à sua própria aventura.

Para a mulher significa um salto no vazio.

Pode adap­tar horários e fixar limites de crescimen­to sendo empresária, tornando compatí­veis seus encargos familiares com o tra­balho empresarial.

Numa pequena empresa, a empresária deve reunir as competências pessoais de um executivo, fixar os objetivos e meios para consegui-lo, tomar decisões, contro­lar, inovar, perceber a realidade do mer­cado e de sua organização, utilizar o feed­back, a informação de suas próprias ações, resolver problemas, ter facilidade de relacionamento e comunicação, desen­volver seu próprio estilo diretivo, etc.

A importância e crescimento das pequenas e médias empresas é um fato inquestionável de nossa década.

Na Itália há mais de um milhão de pequenas em­presas, legalizadas ou não, familiares ou individuais, que constituem uma fonte considerável de riqueza para o país.

No Japão, a maior parte das grandes organizações comerciais exportadoras têm atrás de si um enxame de pequenas empresas que produzem, com grande flexibilidade, o que o mercado exterior pede, detectado pelos estudos dos técnicos de marketing japoneses.

A máxima flexibilidade de adaptação à mudança atual, na qual o que hoje é vá­lido já não serve no próximo ano, só o conseguem as pequenas unidades econômicas.

Nos Estados Unidos fomenta-se nas escolas de negócios o auto emprego.

A Small Business Association (Associação de Pequenas Empresas) organiza cursos sobre oportunidades para pequenas em­presas, com tanto êxito que em 1980 os participantes cresceram em 65% (130 000 dos quais, mais da metade, eram mulhe­res).

O programa do Women Business Owner (Mulheres Proprietárias de Negó­cios) oferece cursos para ensinar as capa­cidades necessárias para uma pequena empresa.

A Universidade da Califórnia iniciou em 1978-79 um Projeto de Mulhe­res Empresárias, com estudos de casos de mulheres que triunfaram e com modelos de atuação.

Este projeto deu lugar a um livro muito popular, denominado Seja sua Própria Chefe.

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Fonte: Mercedes Pániker – É licenciada em Ciências Químicas pela Universi­dade de Barcelona. Diplomada pelo IESE, dirigiu sua própria empresa familiar. É consultora do Centro Internacional de Comércio de Genebra.

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