A direção da distribuição física, responsável pelo projeto e pela administração do sistema logístico, deve ocupar um lugar tal na organização que lhe permita contribuir de forma eficiente para levar adiante a consecução de todos os objetivos que a empresa se propõe atingir.

Como setor independente, gera novas relações com os diferentes setores funcionais da organização e, geralmente, os ob­jetivos parciais da produção, das finanças e de marketing serão contrários aos da logística.

Assim, para o departamen­to de finanças o nível dos inventários de­ve ser o mais baixo possível, ao passo que, para a divisão de logística, o nível dos inventários deve ser o adequado para a re­lação custo-serviço.

É conveniente para o departamento de produção que não ha­ja mudança de produtos na linha (séries longas) enquanto a divisão de logística procurará fazer com que a demanda de produtos se produza de acordo com o rit­mo dos pedidos.

O departamento de marketing quererá estabelecer inventários amplos e variados, disponíveis para satisfa­zer as necessidades do cliente, ao passo que a divisão de logística pretenderá conseguir um nível de inventário adequado ao custo total.

Apesar de todas essas diferenças que sempre existirão, exige-se da direção da distribuição em primeiro lugar o contro­le eficaz do fluxo dos produtos acabados.

Além disso, deverá fazê-lo com a maior eficiência possível, otimizando os investimentos do capital fixo realizados e o controle dos custos operativos.

Critérios que definem a posição da logística

Para definir a posição da logística na estrutura, além dos fins mencionados, devem ser considerados alguns critérios:

  • Custo total da distribuição física (importância sobre os custos totais).

Há se­tores, como o cimento e o carvão, nos quais grande parte do custo do produto corresponde ao movimento dos materiais e à sua distribuição.

  • Existência de transportes como parte do processo de produção.

Este é o caso das empresas petrolíferas integradas, que uti­lizam navios para o transporte de petró­leo desde os poços até as refinarias e, de­pois, empregam os mesmos navios para o transporte dos produtos acabados.

  • Efeitos do controle integrado do siste­ma de distribuição.

É preciso avaliar as melhorias que um sistema central de informação baseado na logística pode tra­zer para a coordenação entre os diferen­tes setores da organização.

  • Relação empresa-produto-mercado.

É preciso definir claramente os custos dos níveis de serviço que o mercado pede para aceitar uma empresa.

Um fabricante de farinha de trigo quis entrar no merca­do de rações para aves.

Através de peque­nas transformações, suas instalações de produção permitiram-lhe obter o produ­to a um custo muito competitivo, mas, para diminuir o investimento, os cami­nhões utilizados para a distribuição foram adquiridos de segunda mão e não se levou em conta a organização da manutenção adequada de tais equipamentos.

Por isso começaram as falhas e demoras nas entregas, resultando em mau serviço ao cliente, que não costuma ter estoques de ração para mais de um ou dois dias e não pode tolerar demoras em seu abasteci­mento.

A reação da concorrência não se fez esperar, e ele teve de retirar-se.

Na figura “Alternativas para a localização da logística na estrutura”, apresentam-se dois tipos de organização mais frequentes na indústria.

A figura apresenta os tipos de organização mais frequentes na indústria. É preciso levar em conta que as pesquisas feitas até hoje demonstram que não existe uma estrutura dominante. Isso significa que a localização da logística na estrutura não pode sujeitar-se a uma regra geral, devendo adequar-se a cada empresa em particular. A direção da distribuição física, não é privilégio exclusivo das grandes empresas, porque a função não é determinada pela dimensão do negócio, mas por suas características.

É importante sublinhar que as pesquisas realizadas não indicam uma estrutura predominante, e com isto parece confirmar-se que a localização da logística na estrutura deve adequar-se a cada empresa em particular.

Leia mais em:

Entenda a logística e tecnologia

Entenda o futuro da logística

Como entender a logística

Entenda a definição de logística

Entenda a direção da logística

Entenda o conceito de serviço

Entenda a logística como arma estratégica

Fonte: Marcelo Paladino – Engenheiro industrial mecânico. Master em Direção de Empresas e professor de Direção da Produção no Instituto de Altos Estudos Empresariais de Buenos Aires, República Argentina.