Do ponto de vista da organização, as tarefas de logística podem ser consideradas de duas maneiras: simples meio para colocar os produtos no mercado; ou um setor da empresa que, projetado e admi­nistrado corretamente, traz vantagens competitivas.

No esboço da história da logística, no começo do presente trabalho, mencionamos como as empresas McCor­mick, Duke, Singer e outras, cresceram e se diferenciaram na medida em que desenvolveram sua rede de distribuição física.

Uma das empresas pesqueiras espa­nholas de maior faturamento deve sua al­ta taxa de crescimento ao desenvolvimento de uma logística própria muito bem projetada para seus produtos (inicialmente o peixe).

O projeto e a operação de sua rede de distribuição permitiram-lhe reduzir seus custos e prestar ao mesmo tempo um ótimo serviço aos clientes.

O fato de dispor de uma rede frigorífica a nível na­cional foi aproveitado para diversificar seus produtos.

Hoje o produto original equivale a 45% do faturamento.

Os res­tantes 55% são novos produtos, como verduras e pré-cozidos.

Neste caso, a em­presa criou uma empresa de distribuição com a ideia de prestar um serviço, que depois conseguiu tornar-se rentável e diversificar-se.

Em outras ocasiões, a rede de logísti­ca opera eficazmente do ponto de vista do serviço, mas, por não ter sido capaz de adequar-se às mudanças no ambiente, seus custos de operação deixam de ser competitivos.

A ITT da Europa, diante do crescimento dos custos de logística a um ritmo superior ao experimentado pe­lo resto de seus custos, projetou de novo sua rede de distribuição para torná-la mais eficiente.

Em cinco anos, reduziu seus armazéns a 850, colocou um grande centro concentrador-distribuidor de pro­dutos e modificou o fluxo de materiais en­tre fornecedores-clientes-fábricas-arma­zéns.

O sistema de transporte foi completamente modificado para adaptar-se à nova configuração.

Embora os novos cus­tos do transporte tenham aumentado em 47%, os custos totais subiram 14% e o volume de vendas, 24%.

Resultado da redução dos custos

A redução dos custos, além de um lu­cro maior para a empresa, dá-lhe a possibilidade de entrar mais facilmente em outros mercados, convertendo em rentáveis mercados que antes eram marginais.

Uma das maneiras de enfocar a logística como uma estratégia consiste em analisar o tema dos custos de distribuição, seu controle e sua redução como método pa­ra conseguir melhores custos totais, especialmente quando se trata de produtos maduros de cujos processos e modifica­ções não se podem esperar grandes melhorias.

Capacidade de serviço

A longo prazo, a importância da logís­tica baseia-se em sua capacidade de ser­viço.

Sempre existe a oportunidade para que a concorrência reaja diante da que­da dos preços.

Em compensação, um sistema de distribuição física eficaz exige investimentos, formação de pessoal e criatividade, o que implica tempo.

O poten­cial logístico transforma-se então em uma barreira de entrada, que permite manter as vantagens competitivas.

A definição do sistema de logística com tais objetivos leva muitas vezes ao desenvolvimento de novos elementos necessários para pôr em prática as ideias, ou então exige a busca de um uso mais racional dos elementos existentes.

Em ambos os casos, trata-se do desenvolvimento ou da aplicação da tecnologia (saber fazer algo).

Leia mais em:

Entenda a logística dentro da empresa

Entenda a logística e tecnologia

Entenda o futuro da logística

Como entender a logística

Entenda a definição de logística

Entenda a direção da logística

Entenda o conceito de serviço

Fonte: Marcelo Paladino – Engenheiro industrial mecânico. Master em Direção de Empresas e professor de Direção da Produção no Instituto de Altos Estudos Empresariais de Buenos Aires, República Argentina.