A expansão da capacidade a longo prazo é uma decisão de tipo estratégico, já que compromete o futuro da empresa, influindo decisivamente na competitivida­de futura.

Os compromissos mais impor­tantes são:

  • Grandes somas de investimento.
  • Rigidez durante um longo período, no que se refere à decisão tomada.
  • Longo período desde a tomada de decisão até a execução ou a entrada em vi­gor do incremento de capacidade.

Fatores de risco

As próprias características de decisão oferecem fatores de risco, como consequência das incertezas existentes frente a horizontes de tempo tão longos.

Os principais são:

  • Risco de que, durante a vigência da nova capacidade, a demanda não se comporte como o previsto.
  • Risco com relação às reações dos concorrentes.
  • Riscos de comportamento do ambien­te social, econômico e político.

Decisões sobre a natureza da empresa e o estilo de concorrência

A expansão da capacidade é uma decisão que normalmente se toma juntamente com outras.

Devido ao grande horizonte de tempo observado, a expansão da capacidade é o resultado do intento da empresa de planejar o futuro a longo prazo; por isso deve levar em consideração ao mesmo tempo a tecnologia para levar a termo a expansão e o número de cen­tros de trabalho necessários para pô-la em prática.

A empresa deve pensar no possí­vel fracionamento desta expansão, assim como na estrutura organizacional que exigirá, bem como no financiamento dos investimentos.

Tudo isso implica tomar uma decisão global sobre a natureza da empresa nos próximos anos, e sobre sua forma de competir no mercado futuro, que será diferente de sua maneira de competir no presente.

Caminhos que facilitam a decisão

Dada a grande importância das decisões sobre a capacidade de produção – que comprometem grandes recursos, sua própria rigidez e as incertezas frente ao futuro – o diretor enfrenta a dificulda­de de como planejar ao máximo uma decisão que encerra tão alto risco.

Há dois grandes caminhos para facilitar a decisão:

  • Diminuir sua rigidez ou, em outras palavras, agir de forma que seja fácil vol­tar atrás se o processo não se desenvolver como o esperado.
  • Diminuir as incertezas associadas à decisão.

Diminuir a rigidez da decisão signifi­ca: de um lado, utilizar o mínimo possí­vel de recursos e buscar o retorno do investimento o mais rapidamente possível; de outro, levar em conta as possibilidades de localização da capacidade e dos benefícios fiscais associados.

Ao propor a diminuição do risco co­mo consequência das incertezas do ambiente, a tendência será adotar medidas de curto prazo, até que o custo se torne insuportável ou a incerteza diminua o suficiente para que possa ser conveniente submeter a estudo um grande projeto.

A incerteza diminuirá à medida que transcorrer o tempo, mas diminuirão também as oportunidades frente à concorrência.

Portanto, não convém recor­rer ao expediente de deixar o tempo passar, tendo em vista o ditado:

“Quem tem primeiro, tem duas vezes”.

Em todo ca­so, o diretor deve tomar sua decisão conhecendo e assumindo os riscos.

Uma análise sistemática da situação lhe permitirá diminuir os riscos, não só modificando a decisão no que se refere ao montante do investimento ou ao horizonte de tempo, mas também diminuindo suas incertezas.

Essa análise sistemática deve compreender critérios de avaliação do risco de investir em uma operação não rentável, por causa do excesso de capacidade ou de defeitos na demanda que, com origens diferentes, produzem o mesmo resultado: capacidade excedentária e investimento não rentável.

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Fonte: Fernando Serra Caila – Engenheiro Industrial e Master em Direção de Empresas pelo IESE. Professor encarregado do departamento de Direção da Produção, Tecnologia e Operações do IESE.