A César o que é de César.

Ao Estado seu trabalho incentivador, a utilização da capacidade de compra em apoio à tecnologia nacional, seu trabalho coordenador entre centros oficiais e privados; às empresas, capazes de realizar investimentos tão volumosos como os próprios Estados na pesquisa, suas linhas próprias.

Mas as pequenas e médias empresas também têm um papel decisivo: aproveitamento dos vazios, incorporação de novas tecnologias a seus produtos, colaboração com univer­sidades e centros oficiais de pesquisa, maior capacidade de reação nos mercados.

A inovação é uma oportunidade, e nas atuais circunstâncias a pesquisa e o desenvolvimento convertem-se numa necessidade. Inovação sem dúvida, mas com mui­to marketing pela frente.

Somente o em­presário sabe fazer a combinação adequa­da entre a investigação de um lado e o marketing de outro.

Não obstante, suas funções básicas são estas, precisamente: vender e inovar.

Um recente dado ilustra de maneira impressionante que a inovação e a venda são a face e o reverso da mesma moeda: no mundo industrializado, cerca de 10% de todas as vendas do setor manufatureiro – que, como vimos, realiza 60% do total dos investimentos em pesquisa – são geradas por produtos que têm uma antiguidade inferior a quatro anos.

Não há necessidade de comentários; as empresas não inovadoras ficam descartadas, por definição, dessa importante quota de mercado, além de ver progressivamente hipotecado seu futuro.

Não se trata apenas do futuro, mas desse presente vital no mundo empresarial, que é a capacidade de gerar lucros ou, em outras palavras, o nível de rentabilidade das empresas.

No início dos anos 70, criou-se na cidade de Boston – berço das análises empresariais mais profundas – um instituto de planejamento estratégico, o Strategic Planning Institui (SPI), com a finalidade de estudar a fundo os fatores que determinam a rentabilidade das empresas.

Um dos programas desenvolvidos pelo SPI (denominado Profit Impact of Marketing Strategies) baseava-se na acumulação de experiência de mais de 1.000 centros de produção de pequenas, médias e grandes empresas.

A conclusões daquele estudo fixavam as novas condições que determinam a rentabilidade de uma empresa, e que respondem na prática por 80% de seu êxito ou de seu fracasso.

Tais condições contemplavam ques­tões, como a “intensidade do investimen­to”, a produtividade, a posição no mer­cado, o próprio crescimento deste merca­do, etc.

Na realidade, poder-se-ia estabe­lecer um relacionamento entre cada uma delas e a capacidade de inovação da em­presa.

Uma delas, porém, ia ao núcleo da questão, indicando a “inovação/diferen­ciação” como um dos pilares da rentabi­lidade: “as ações empreendidas por uma empresa para introduzir novos produtos, pesquisa e desenvolvimento de marketing, etc, costumam influir positivamente no rendimento”.

Em geral, portanto, existe uma relação direta entre a capacidade inovadora e a capacidade de gerar lucros.

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Fonte: Carlos Ferrer Salat – Presidente da Confederação Espanhola de Organizações Empresariais (1977 – 1984). Fundador do Banco da Europa e de Ferrer Inter­nacional S.A.