Partindo da análise histórica realiza­da por Chandler, baseada numa amostragem de empresas dos Estados Unidos, inúmeros autores recentes sustentam que a estrutura segue a estratégia, ou seja, a estrutura organizacional deve ser planejada em função dos fins da estratégia da empresa.

A metodologia aplicada por Pascale e Athos, para identificar estru­turas alternativas numa empresa de negócios e recomendar uma das alternati­vas como adequada para essa empresa, está muito influenciada pela tese da Chandler.

Contudo, reconhece que a estratégia e a estrutura constituem uma via de duas mãos: a estratégia influi sobre o desenho da estrutura resultante, mas por sua vez a estrutura existente limita de alguma forma as alternativas estratégicas da empresa.

A metodologia adotada pelos dois au­tores em sua pesquisa separa em duas partes, ou fases, o processo de desenho da estrutura.

Na primeira fase, torna-se explícita a estrutura básica da empresa, representan­do a divisão principal das atividades às quais se dedica através da ordem hierárquica, que indica as prioridades atribuí­das pelos diretores às atividades centrais.

Somente os escalões primários da estrutura, intimamente relacionados com a po­sição estratégica da empresa, se identificam nesta fase.

A segunda fase do processo busca a definição detalhada da estrutura da organização.

Nesta fase, a estrutura organizacional básica, explicitada na fase anterior, é complementada com os detalhes específicos que correspondem ao campo operativo da empresa.

O desenvolvimento das duas fases do processo leva, normalmente, a uma série de alternativas básicas para a construção do desenho final, dando origem, cada uma delas, a diferentes combinações a ní­vel de detalhe.

O processo de selecionar uma estrutura final implica um esforço bastante subjetivo, no qual os diretores do mais alto nível da empresa se dedicam a definir, comprovar e selecionar as diferentes configurações alternativas.

Fica completado o desenho da estrutura com a especificação de um equilíbrio entre a estrutura organizacional escolhida e os processos de direção que a acompanham: planejamento, coordenação e controle da direção, comunicação e informação, assim como avaliação e compensação dos executivos e seus resultados.

Aplicando esta metodologia ao desenho de uma estrutura organizacional de uma empresa dedicada à comercialização de equipamentos industriais, fabricados por outra do mesmo grupo, foi possível identificar as seguintes atividades:

  • Descrição da estrutura organizacional da empresa (estrutura básica).
  • Identificação dos problemas mais urgentes que podem ser atribuídos à atual estrutura.
  • Determinação da segmentação básica das responsabilidades da empresa (funções, segmentos de negócio, áreas geográ­ficas, etc).
  • Listagem dos produtos principais, mercados, localizações e funções próprias da empresa.
  • Estabelecimento pelo diretor de mais alto nível, de critérios pessoais para as alternativas estruturais.
  • Identificação dos primeiros escalões do esquema estrutural da organização, relacionados com a posição estratégica das empresas.
  • Determinação das principais alternati­vas para a estrutura da organização bá­sica da empresa. Estudo de cada uma de­las à luz dos propósitos estratégicos e dos critérios pessoais do diretor de mais alto nível.
  • Escolha de uma alternativa estrutural básica.
  • Definição da estrutura organizacional detalhada, segundo a escolha anterior.
  • Contraste entre a estrutura organizacio­nal proposta e a estrutura organizacional atual (estrutura básica).
  • Formalização da nova estrutura de organização para a empresa.

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Fonte: Fernando Lacueva – Doutor em Direção de Empresas pelo IESE – Instituto de Estúdios Superiores de la Empresa (Espa­nha) e professor de Política de Empresa no IESE.