Todo grupo surgido espontaneamen­te numa organização desenvolve-se num ambiente constituído pela mesma organização e pela sociedade em que ela está si­tuada.

O comportamento do grupo é, de certa forma, fruto da ação de fatores pre­sentes em seu ambiente.

Esses fatores são os seguintes:

  • A tecnologia disponível (por exemplo, a máquina de escrever, o computador, a correia transportadora, etc) que determina em certo grau o modo pelo qual se projeta a tarefa (o conteúdo de cada posto), o qual, por sua vez, define as atividades, as interações e os sentimentos requeridos.

No caso da sala de observação de enrolamento, a tarefa era projetada de tal maneira que requeria dos enroladores a união dos terminais numa certa ordem e num certo ritmo; que, uma vez completada cada fase de um equipamento, o passassem aos soldadores – interação – e que, finalmente, o submetessem à supervisão do inspetor correspondente.

Em termos de sentimentos, exigia-se deles que se vissem estimulados pelo prêmio a trabalhar até o limite da fadiga.

A tecnologia disponível no ambiente não determina automaticamente a manei­ra em que são projetadas as tarefas.

Sua influência depende das políticas da direção e do estilo predominante na organi­zação.

Assim, por exemplo, o fundador da IBM sempre se opôs a levar a divisão do trabalho além de um limite no qual jul­gava que não era motivador para seus empregados.

  • O estilo de direção predominante na organização e, de maneira mais imediata, o do chefe que supervisiona as atividades do grupo em questão.

Hoje em dia se sa­be que o peso deste fator é decisivo na configuração do comportamento emergente no grupo.

Em primeiro lugar, por­que matiza a carga imposta pela tarefa, tornando-a mais leve ou mais penosa.

Em segundo lugar, porque determina as atitudes que vão guiar a conduta dos membros do grupo.

Os estudos realizados na fábrica Hawthorne deixaram isso bem claro.

  • As políticas e os procedimentos oficiais da organização, especialmente os referen­tes à direção dos recursos humanos: procedimentos de recrutamento, de acolhida, de contratação, de remuneração, de formação, de promoção, de disciplina, etc.

Por exemplo: os procedimentos de remuneração determinam que esforço se espe­ra dos empregados para ganhar (sentimentos requeridos).

Como se indicou anteriormente, as políticas de direção matizam a influência da tecnologia disponível.

  • A estrutura formal da organização, expressa no organograma, ao determinar quem interage com quem.

Hoje em dia se sabe que o tamanho das unidades de trabalho é decisivo na formação dos grupos.

Quanto maior uma unidade, menos provável que se forme um grupo.

Num grupo grande, o empregado mergulha no anonimato; embora haja oportunidades de interação, estas são tantas que o empregado não pode desenvolver relações sólidas.

Para que as interações gerem sentimentos amistosos devem ser limitadas e estáveis, o que só é viável numa unidade pequena (não mais de 15 pessoas).

  • As organizações sindicais que operam no ambiente e são ativas dentro da empresa, quando afetam as atitudes dos empregados para com a organização (senti­mentos dados).
  • A estrutura e a cultura da sociedade circundante, quando afetam o status social e configuram os valores dominantes.

Um dos valores que traziam consigo os operários da sala de observação de enrolamento era o de “um dia de trabalho jus­to por um pagamento justo”.

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Fonte: José Maria Rodriguez – Bacharel em Direito pela Universidade de Sevilha e consultor de empresas. Professor adjunto de Comportamento Humano na Organização, no IESE, Barcelona.

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