Nenhuma habilidade humana pode ser melhorada, seja qual for sua natureza, se não se dispuser de retroalimentação (feedback), isto é, informação sobre os efeitos das próprias ações.

Esta afirmação vale para as habilidades mais diversas, o tênis, a direção de um carro, o uso do garfo ou a interação social.

Assim como é imediato e visível sobre as atividades físicas (qualquer giro no volante se traduz em uma mudança na trajetória do automóvel), o feedback sobre a conduta social pode ser fragmentário, quando não inexistente.

Esta é a razão pela qual nossas habilidades sociais e culturais progridem tão lentamente ou se estabilizam em pautas de condutas rígidas e pouco eficazes.

O trabalho em equipe é uma atividade social que requer habilidades para comunicar, colaborar, entender-se e pensar com os outros.

Boa parte do que acontece numa reunião de equipe não é percebida por seus componentes, por falta do necessário feedback.

A equipe é, em certo grau, cega em seus processos internos, tanto na maneira como pensa (ao analisar problemas, elaborar e avaliar alternativas) quanto no modo pelo qual se desenvolvem as relações entre seus componentes.

O primeiro passo para melhorar o funcionamento é proporcionar-lhe o necessário feedback.

O feedback pode instrumentar-se de formas muito diversas, por exemplo:

  • gravando a reunião e exibindo a gravação ao seu término;
  • preenchendo um questionário através do qual cada um de seus membros pode exprimir suas opiniões e seus sentimentos sobre o funcionamento da equipe;
  • ou simplesmente falando sobre a maneira como foi a reunião ou sobre como trabalha a equipe.

Este feedback pode e deve ser a base da análise de processo.

Entende-se por análise de processo a atividade que consiste em examinar o feedback recolhido sobre o funcionamento do grupo.

O feed­back fornece informações para conhecer as barreiras que bloqueiam o trabalho da equipe e identificar seus defeitos de funcionamento.

A figura “Escala de desenvolvimento da equipe” permite fixar pautas objetivas do grau de cooperação de uma equipe de trabalho. 

A figura serve como instrumento de medida das pautas objetivas de cooperação de uma equipe de trabalho e permite, graças ao conhecimento exato do estado em que se encontra cada um dos valores da cooperação no seio do grupo, conhecer as barreiras que bloqueiam o trabalho da equipe e assim identificar seus defeitos de funcionamento. É, portanto, uma ferramenta útil para a análise de processo, atividade que consiste em examinar de forma detalhada o feedback recolhido sobre funcionamento do grupo de trabalho.

A análise do processo requer um tato especial, que somente se desenvolve a partir da experiência e para o qual é muito útil dispor de um assessor externo capaz de ajudar a equipe a apreendê-lo.

A função do assessor é essencialmente a de um treinador em todas as suas facetas.

A realização de um programa de melhoria do trabalho em equipe requer a adoção de uma série de medidas que devem ser cuidadosamente planejadas e executadas.

Essas medidas enquadram-se em três etapas: (i) preparação, (ii) implementação e (iii) acompanhamento, como resume o quadro “Programa de desenvolvimento do trabalho em equipe”. 

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Fonte: José Maria Rodriguez – Licenciado em Direito pela Universidade de Sevilha e consultor de empresas. Professor Adjunto de Comportamento na Organização no IESE, em Barcelona.

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