A maioria dos analistas admite que as pequenas e médias empresas representam um importantíssimo motor da atividade econômica e que a nova evolução tecnológica com seu poder descentralizador deverá convertê-las no centro nevrálgico da era pós-industrial.

A empresa é a célula criadora de ri­queza de que a sociedade dispõe; uma riqueza que permite o desenvolvi­mento econômico e o consequente aces­so à cultura, à saúde, à segurança e a todos os elementos que proporcionam qua­lidade de vida.

À semelhança de um or­ganismo vivo, as empresas nascem, desenvolvem-se e finalmente morrem.

Geralmente são pequenas quando nascem; algumas mantêm-se saudáveis com reduzidas dimensões durante longos períodos de tempo; outras crescem de forma vertiginosa e depois, subitamente, estancam; e existem as que crescem de forma gra­dual e, aparentemente, constante.

Não existem diferenças orgânicas en­tre uma empresa grande e uma empresa pequena, mas a decisão sobre o tamanho que lhe deve ser atribuído tem uma im­portância crítica.

Muitas atividades exigem uma dimensão mínima, abaixo da qual é praticamente impossível que a empresa possa existir; mas as condições que influem sobre esse mínimo variam, de modo que uma dimensão adequada em determinado momento pode ser, mais adiante, excessiva ou insuficiente.

Da habilidade dos diretores para modificar determinadas variáveis depende, muitas ve­zes, a viabilidade da empresa conservar sua dimensão, apesar das mudanças.

No setor do automóvel, por exemplo, considera-se normalmente impossível continuar sendo competitivo, com uma produção inferior a 500.000 unidades por ano.

Contudo, mediante uma forte especialização tecnológica, como a conseguida pela firma alemã Porsche, é possível sobreviver rentavelmente com menos de 100.000 unidades ao ano.

Também gra­ças à inovação tecnológica, empresas do setor siderúrgico, com menos de 500 em­pregados, com produção máxima de 500.000 toneladas/ano, competem vantajosamente com as grandes empresas, na fabricação de produtos leves.

O grau de automação pode condicio­nar a dimensão de uma empresa.

Com efeito, o aparecimento de equipamentos de alto desempenho, que permitem custos muito mais baixos, pode deixar fora do mercado fabricantes cuja dimensão é insuficiente para justificar tais equipamentos.

Variáveis de política econômica também podem afetar a dimensão.

A ampliação da Comunidade Econômica Europeia provocou nos países que se inte­graram a ela o desaparecimento de empresas, que a proteção alfandegária tornara possíveis em seus países de origem, mas que não puderam competir com empresas estrangeiras maiores, quando foram desmontadas as barreiras aduaneiras e os mercados se uniram.

Que é uma pequena empresa?

Em geral, considera-se pequena a empresa que emprega menos de 50 pessoas, e média a que conta entre 50 e 250 empregados.

Mas há outras formas de definir o que é uma pequena empresa.

Alguns autores (como N.C. Siropolis em Small Business Management) estabelecem como limite entre pequena e grande empresa o número de 500 empregados.

Esse limite também pode ser estabelecido de forma relativa; assim, por exemplo, no setor do automóvel norte-americano, onde du­rante muitos anos vêm convivendo quatro fabricantes (General Motors, Ford, Chrysler e American Motors), o menor deles, a American Motors, foi classifica­da em 1966 como pequena empresa pela Small Business Administration (reparti­ção estatal que tem como finalidade o apoio, proteção e fomento da pequena empresa nos Estados Unidos), a fim de que pudesse apresentar-se com vantagem em algumas licitações.

Outra definição geralmente aceita considera pequena empresa aquela na qual o gerente, geralmente proprietário, enfei­xa o comando de todas as áreas funcio­nais (comercial, finanças, pessoal, produção), não tendo ainda formado um segundo nível diretivo para assumir essas responsabilidades.

A Small Business Administration estabelece alguns padrões de pequena dimensão para efeitos de qualificação pa­ra certas ajudas.

Assim, por exemplo, seriam considerados pequenos: um fabri­cante de produtos cosméticos e perfumes com menos de 500 empregados, um engarrafador de bebidas alcoólicas com menos de 250 empregados, um fabricante de bonecas com menos de 250 empregados, um fabricante de lâmpadas com menos de 1.000 empregados, um atacadista de tintas e vernizes que fatura menos de 22 milhões de dólares (1975) anuais, uma sapataria que venda até 2,5 milhões de dólares (1975) por ano.

Naturalmente, para que uma empre­sa possa ser qualificada como pequena ele deve ser totalmente independente, isto é, ela não pode ser filial de outra empresa maior, nem depender majoritariamente dessa em­presa.

Estratégias básicas para a construção de uma empresa

Uma estratégia pode ser definida como o conjunto de condições que devem verificar-se para levar ao objetivo perseguido.

Existem seis estratégias fundamentais para a construção de uma empresa: desenvolvimento do produto, desenvolvimento do mercado, diversificação, integração para frente (incorporação de partes do processo integral mais próximas do cliente), integração para trás (incorporação de fases mais próximas do fornecedor) e, evidentemente, manter-se na situação de partida.

Fonte: Entrepreneuring, Steven C. Brandt

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Fonte: Arch Richard Dooley – Professor da Harvard Business School e Pedro Nueno – Doutor em Adminis­tração de Empresas pela Universidade de Harvard.