Os diferentes métodos para introduzir nas empresas tarefas mais significativas (círculos de controle de qualidade, tecnologia de grupos, etc) requerem sempre a participação direta dos comandos intermediários no processo de sua aplicação.

Embora no processo de implantação intervenham os assessores externos mais experimentados, a melhoria do trabalho só será efetiva se tiver sido conseguida no contexto operário-comando intermediário. 

Com a introdução dos novos sistemas de organização do trabalho, porém, não muda apenas a tarefa do operário; muda, e talvez muito mais, a tarefa do comando intermediário.

A relação de um comando intermediário com um círculo de controle de qualidade ou com um grupo semiautônomo é diferente daquela que mantém com os operários individualmente.

Conduzir e liderar um grupo po­de ser mais difícil.

Para avançar no processo de redefinição do trabalho, é preciso dispor de comandos intermediários motivados e preparados.

Necessidade de um esforço de liderança

Também pode acontecer que um comando intermediário manifeste interesse pela implantação de um novo enfoque de definição das tarefas, confiando em que as vantagens do novo método resolverão os problemas (absenteísmo, baixa qualidade, conflitividade).

Isso pode ser uma ilusão.

Os círculos de controle de qualidade (CCQ) em si mesmos não resolvem nada.

Os CCQ (ou outro enfoque de redefinição de tarefas) podem ser até prejudi­ciais se abandonados à sua sorte.

A fun­ção do comando como líder, organizador, mestre, controlador e realimentador não desaparece, muda.

A implantação de um novo enfoque de organização do trabalho pode exigir mais dedicação por parte dos comandos intermediários.

Infelizmente, em muitas empresas surge o obstáculo devido ao abandono da estrutura de comandos intermediários, o que torna difícil aplicar definições do trabalho inovadoras.

Com efeito, durante muitos anos pensou-se no comando intermediário como a pessoa de confiança e o trabalhador exemplar, ou como o encarregado de manter a ordem (o sargento da fábrica), ou como o administrador que registra o que acontece na firma.

Co­mo consequência dessas imagens, descui­dou-se a preparação do comando intermediário nos assuntos técnicos e de con­dução de grupos humanos.

O resultado é a impossibilidade de realizar avanços rápidos na consecução das tarefas mais motivadoras.

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Como entender a definição das tarefas

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Fonte: Pedro Nueno Iniesta – Engenheiro Industrial, doutor em Administração de Empresas pela Universidade de Harvard. Professor de Direção da Produção, Tecnologia e Operações do IESE.