Entende-se por novas tecnologias principalmente aquelas derivadas do uso da eletrônica, seja nos processos industriais, seja na gestão das empresas.

É necessário, pois, avaliar, de forma global, o enorme impacto que estão provocando na produtividade de toda uma sociedade preocupada com a crescente falta de matérias-primas.

Os primeiros sistemas de design indus­trial auxiliado por computador (CAD) remontam aos inícios da década de 60, quando o MIT (Massachusetts Institute of Technology) desenvolveu o sis­tema Sketchpad (pequena prancheta, li­gada ao computador, em que os traços desenhados são transferidos para a tela).

Todas as realizações centram-se em pro­dutos de alta sofisticação técnica, como aviões, ou de preço elevado em massa, co­mo automóveis.

Durante muitos anos levantaram-se sé­rias dúvidas sobre a verdadeira rentabilidade das instalações CAD.

Uma coisa é certa: a tecnologia está no caminho correto.

Se por seu tamanho ou pelo tipo de produto criado e desenvolvido em algu­ma empresa ainda hoje não se alcançou uma rentabilidade positiva, certamente se alcançará num futuro próximo.

O CAD, acompanhado normalmente da fabricação com a ajuda de computa­dor (CAM), vai muito além do simples desenho das formas de um produto, e chega mesmo a ser muito mais do que os planos do produto realizados por um plotter (o traçador gráfico) ou do que a fita de programa de uma máquina de controle numérico.

Entende-se por CAD/CAM o uso do computador como ferramenta de trabalhos desde o início do anteprojeto de um produto até o momento de sua fabrica­ção regular.

A digitação das imagens provocou uma revolução no campo do design, já que atualmente é possível ver num vídeo um objeto que nunca existiu e modificá-lo segundo o critério do projetista.

Tam­bém se pode estudar o comportamento de um objeto ainda inexistente diante de determinadas ações externas.

Os programas atuais permitem até mesmo cores e sombras, que simulam uma fotografia colorida do objeto ainda inexistente.

Há diferentes caminhos para chegar ao design de um produto:

  • Adaptação de outro preexistente, melhorando suas qualidades.
  • Analogia com fenômenos naturais ou com objetos dedicados a outras finalida­des, mas dos quais se deduzem novas possibilidades.
  • Invenção – o projetista ou criador está imerso num mundo de contínuas mutações no qual se recriam coisas já conhecidas por outras empresas ou, mesmo, por outras pessoas da própria orga­nização.

Segundo estudos que se realizaram sobre a distribuição do tempo de trabalho empregado pelos projetistas, observa-se:

Trabalhos repetitivos não criativos 60% 
Trabalhos de gestão e comunicação 30% 
Trabalhos criativos 10% 

A microeletrônica encontra-se na base da recente revolução tecnológica, embora esta abarque campos tão diversos como a genética, os meios de comunicação e a aquicultura.

O grande incremento na potência de cálculo e gestão e a redução dos custos que representou a miniaturização dos circuitos eletrônicos tornaram possíveis os progressos realizados nos últimos anos.

O projetista poderia incrementar seu trabalho criativo se a empresa para a qual trabalha dispusesse de um patrimônio científico e técnico de fácil consulta.

O conteúdo desse patrimônio deveria ser constituído por:

  • Um conjunto de conhecimentos cientí­ficos e técnicos próprios da profissão ou habituais naquela empresa.
  • Catálogos informativos das empresas concorrentes e das fornecedoras.
  • Os projetos realizados anteriormente.
  • Todo tipo de sistemas de ajuda ao projeto.

Tradicionalmente, os principais obstáculos para a exploração desse patrimônio foram:

  • Não ter a informação sobre um supor­te único.
  • Estar dispersa.
  • Conter geralmente ambiguidades.
  • Ser incompleta.
  • Não estar atualizada.
  • Ter um acesso lento ou difícil.

Como consequência, a informação do patrimônio costuma estar mal explorada.

Somente a experiência dos projetistas é capaz de superar as lacunas de informação.

No design de qualquer produto, o projetista deve ter presente:

  • O ambiente tecnológico existente.
  • A futura fabricação.
  • As condições de uso.
  • A manutenção.
  • A distribuição e transporte do produto em perspectiva.

Estes condicionantes são de importância muito desigual e devem ser levados em conta nos diferentes momentos do design de um produto.

O projetista ideal seria aquele que considerasse em cada momento o condicionante adequado e o fizesse segundo o justo grau de importância.

Na prática, isso é impossível.

Um bom sistema informatizado de ajuda ao design deveria reunir as seguin­tes características:

  • Capacidade de conservar na memória o patrimônio científico e técnico da empresa.
  • Possibilidade de analisar os problemas de design expostos pelos projetistas, explorando adequadamente as informações em seu poder.
  • Formulação de uma ou várias propos­tas de solução.
  • Indicação dos condicionantes expostos pelos projetistas que não puderam ser solucionados.

As novas tecnologias que as empresas podem utilizar atualmente estão ainda longe de tornar possíveis sistemas como o descrito anteriormente.

Pelo contrário, hoje em dia é possível dispor de sistemas CAD capazes de:

  • Conservar na memória o patrimônio científico e técnico da empresa.
  • Atualizá-lo constantemente.
  • Consultá-lo de maneira conversacional com linguagens facilmente assimiláveis pelo usuário.
  • Obter resultados de forma adequada (texto, gráficos, etc).
  • Acesso simultâneo por parte de vários usuários, que realizam diferentes modalidades de design.

Como resumo daquilo que foi expos­to, pode-se definir um sistema CAD de ajuda ao design como uma ferramenta ca­paz de:

  • Ajudar a criar os dados descritos do produto que se tem em mente.
  • Manipular esses dados com a finalida­de de obter a forma desejada.
  • Gerar as informações necessárias para a fabricação do objeto a partir dos dados de descrição armazenados na memória do computador.

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Fonte: Victor Obach Doutor Engenheiro Industrial. Foi chefe de infor­mática do Grupo Piher. Antigo Presidente da Con­venção Informática Latina.

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