O estudo dos sistemas de controle interno, instrumentados pela empresa, converteram-se num dos pilares básicos dos auditores externos para formular um parecer ponderado sobre a confiabilidade das demonstrações financeiras, comprovar que os mecanismos do sistema estão concebidos de maneira que garantam uma adequada proteção dos ativos e determinar a natureza e o tipo de provas idôneas para a avaliação.
O controle interno, mesmo sem confundir-se com o controle de direção, constitui uma parte fundamental do chamado controle de gestão.
Quando os auditores utilizam a palavra controle, com frequência a relacionam com o conceito de controle interno.
Ambos os termos têm uma notável importância para os auditores, porque precisam estar a par dos critérios geralmente aceitos no estudo e avaliação dos sistemas de controle interno, o que lhes permitirá determinar a natureza, extensão e duração das provas, corri a finalidade de emitir um parecer sobre as demonstrações contábeis.
O controle interno constitui um conceito diferente daquele utilizado pela direção das grandes empresas (controle de direção); contudo, é útil aos empresários saber que procedimentos usam os auditores ao abordarem o estudo do controle interno da empresa.
O conhecimento destas técnicas será de grande valia, sobretudo quando os empresários se virem obrigados a discutir com os auditores; além disso, a introdução de melhorias no sistema de controle interno fortalece o sistema de controle de direção, porque o método correto de controle interno é parte fundamental desse sistema.
Auditoria e controle interno
A expressão controle interno foi cunhada pelos auditores, que também estabeleceram o âmbito de aplicação do conceito, ao mesmo tempo que punham em evidência que o cálculo do sistema de controle interno de uma empresa é fator determinante de uma auditoria.
Por exemplo, a segunda norma de toda auditoria realizada in situ nos Estados Unidos, segundo consta nos números 1 a 33 de 1981 na seção 320.01, da revista Codifications of Statesments on Auditing Standars, publicada pelo American Institute of Certified Public Accountants, prescreve:
“Deve-se efetuar um estudo e uma avaliação adequados do controle interno existente, para partir de uma base confiável e determinar o alcance das provas a que se limitarão os processos de auditoria”.
Portanto, é de grande importância que os auditores conheçam perfeitamente o significado da expressão controle interno.
Há trinta anos, os contadores e auditores norte-americanos, tanto a nível teórico como em sua prática diária, já utilizavam a expressão, mas para definir o que hoje se entende por controle de direção.
Contudo, ao longo das últimas décadas, ambas as expressões evoluíram por diferentes caminhos.
| A introdução de melhorias no sistema de controle interno de uma empresa facilita as tarefas de controle de direção, ao colocar nas mãos dos diretores novos elementos de verificação, para comprovar a eficácia e a rentabilidade de sua gestão. |
Formulação das perguntas adequadas
As normas de auditoria, como as definições de controle, só proporcionam uma ampla orientação de como se deveria planejar e instrumentar um sistema de controle interno.
As formulações gerais, tais como “as operações deverão realizar-se de acordo com a autorização geral ou específica da direção”, devem ser convertidas em formulações operacionais capazes de arbitrar um conjunto ordenado de perguntas concretas para cada tipo específico de operação dentro da companhia.
Por exemplo, na área das operações de vendas, as perguntas idôneas, para a avaliação de um sistema de controle interno, seriam:
- Os procedimentos de autorização deveriam depender, por exemplo, do tamanho, da categoria ou do tipo de cliente?
Ou, talvez, devam ser os mesmos para todas as operações?
- Que aspectos das operações deveriam ser autorizados?
É necessário comprovar os preços, os planos de crédito e os prazos de remessa?
- Como os procedimentos exigidos seriam comunicados ao pessoal envolvido?
- Seria conveniente rever as operações para comprovar se a autorização é apropriada?
E, em caso afirmativo, implicaria em comprovar todas as operações?
Quem deveria fazê-lo?
Com que frequência?
| A análise do ambiente de controle da empresa supõe a revisão de suas práticas de emprego, para comprovar se se ajustam às exigências do controle interno e às prescrições legais em matéria de contratação. |
Leia mais em:
- Entenda a avaliação do controle interno
- Entenda o movimento de controle interno
- Entenda as implicações do controle interno para a direção
- Entenda as origens e evolução histórica do controle interno
Fonte: Kenneth A. Marchant – Professor de Controle de Gestão na Harvard Business School, encarregado do curso “Sistemas de Controle”, ministrado neste centro universitário.
