Uma das perguntas mais óbvias e nem por isso mais fácil de responder, é a que se refere aos motivos que levam o homem a trabalhar.

A resposta de que o faz para satisfazer suas necessidades não resolve a questão, pois encerra outra pergunta:

Quais são estas necessidades?

Todo mundo está de acordo em que os homens trabalham para satisfazer suas necessidades.

O desacordo começa a aparecer no momento em que se procura concretizar quais são estas necessidades.

É claro que os filósofos trataram ampla e inteligentemente desse tema ao longo dos séculos, mas com frequência suas elaborações serviram unicamente de base para formular teorias, sem buscar com elas um direcionamento da ação prática.

Entretanto, ao denunciar situações reais em que certas necessidades ficavam insatisfeitas, essas teorias se tornaram um elemento influente para provocar mudanças na realidade.

Nesse setor essencialmente prático que é o ambiente econômico das empresas, tende-se a dar como certo que já sabemos o suficiente sobre as necessidades humanas através daquilo que o senso comum nos diz a propósito.

Além disto, como a empresa se dedica à produção de bens e serviços que satisfazem necessidades humanas, parece claro que se uma pessoa emprega seu esforço numa empresa, o faz para conseguir uma parte destes bens e serviços, ou seu equivalente em valor econômico.

Se a empresa funciona bem, será capaz de gerar suficiente valor econômico para satisfazer os que contribuem com seu trabalho para gerá-lo.

Por isso, se perguntarmos a qualquer pessoa por que trabalha em uma empresa, há grande probabilidade de que sua resposta seja: para ganhar dinheiro.

É evidente que se a deixarmos pensar um pouco, provavelmente descobrirá que nos disse a verdade, mas não toda a verdade.

Ela se dará conta de que há muitas outras coisas que a levam a realizar este trabalho determinado e não outro que poderia ter oportunidade de realizar.

Provavelmente, se oferecessem a muitos de nós um trabalho diferente daquele que agora temos e no qual pudéssemos ganhar um pouco mais de dinheiro, talvez não o aceitássemos.

Isso é uma evidência de que não é só a remuneração que nos mantém em nosso atual emprego, mas também outras motivações profissionais.

Essas verdades tão triviais, tão do senso comum, não são nada fáceis de levar em consideração na hora de teorizar e por isso não é de estranhar que, ao longo de muitos anos, se tenha prescindido delas ao formular teorias sobre o trabalho humano na empresa.

Existem três teorias que tratam das motivações humanas:

Boa leitura.

Fonte: Juan Antonio Pérez López – Doutor em Administração de Empresas pela Harvard University, Professor Titular de Comportamento Humano e Diretor Geral do IESE.

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