Os sistemas de controle de direção, como o painel de controle de energia solar para a calefação, servem para detectar os erros e desvios dos objetivos da organização.

Em todas as organizações, mesmo nas menores, realiza-se uma atividade denominada controle de direção.

Seu principal objetivo é assegurar a utilização eficaz e eficiente dos recursos da organi­zação.

Algumas vezes funciona corretamente, outras não.

Em muitos casos, con­siste de procedimentos altamente formalizados e atividades programadas de for­ma regular, ao passo que em outros casos tem o caráter informal e esporádico.

Em determinadas empresas ocupa gran­de parte do tempo dos diretores; em outras, só os afeta de maneira marginal.

Certos sistemas de controle de direção de­legam aos diretores de divisão ou departamento um alto grau de autonomia pa­ra a tomada de decisões, enquanto que noutros os executivos não têm pratica­mente qualquer autoridade ou responsabilidade no que se refere às decisões sobre a utilização dos recursos.

Princípios básicos

Como acontece com muitos outros as­pectos da administração de empresas, os princípios para o controle de direção são incompletos e com frequência contradi­tórios.

Visto que se relacionam com o comportamento das pessoas, a motivação dos diretores e a função da informação, não se prestam facilmente a experimen­tos ou provas.

De todo modo, oferecem um esboço das principais linhas para conhecer e enfrentar os problemas básicos da gestão e, consequentemente, os diretores se beneficiarão levando-os em consideração, em lugar de ignorá-los.

Em ge­ral, os que utilizam os princípios de controle de direção, para o projeto de sistemas relacionados com a alocação de recursos, acham-nos sumamente úteis.

Projeto de sistemas

Como indica o comentário anterior, embora existam princípios, não há uma única maneira correta de projetar um sis­tema de controle de direção.

Diferentes organizações do mesmo setor ou indús­tria, que competem entre si com êxito pe­lo mesmo tipo de clientes, podem ter (e de fato têm) sistemas distintos.

Algumas aplicam processos de informação muito formalizados e oferecem aos diretores de todos os níveis uma cópia de dados relacionados com suas atividades; esperam deles rigoroso respeito pelos objetivos financeiros fixados no processo orçamen­tário, também formalizado.

Outras organizações utilizam o orçamento como guia de orientação geral, e por isso só examinam a atuação de um diretor no final do exercício para ver se os satisfaz.

Existem ainda inúmeras variantes.

A tendência de que deve haver um úni­co sistema correto de controle de direção é relativamente nova; talvez não tenha mais do que dez ou quinze anos.

Surgiu como resultado da observação direta, por parte dos pesquisadores, das atividades das empresas bem-sucedidas em sua ges­tão, inserindo-se dessa forma como ele­mento integrante de uma nova filosofia pensar sobre o projeto organizacional em geral: a teoria da contingência.

Essa teo­ria sustenta que não existe uma única ma­neira correta de organizar, e que a forma organizacional mais adequada é a que oferece um ajuste com o ambiente onde a empresa funciona, com sua orientação estratégica geral e com os valores e motivações do pessoal-chave.

O sistema de controle de direção de uma organização deve conseguir o mesmo tipo de ajuste.

A figura “Enfoque contingente num siste­ma de controle hospitalar” ilustra o fato de que não existe um único sistema de controle correto, visto que este depende de sua capacidade de ajuste com o ambiente onde a empresa exerce suas atividades.

Um exemplo esclarecerá os diferentes projetos de sistemas de controle: uma empresa química alemã procura operar a custos progressivamente mais baixos, pois a eficiência na produção é a chave de seu êxito.

Consequentemente, sai em busca de economias de escala, concentra-se no em­prego de métodos de produção, e funcio­na com um processo de tomada de decisões altamente centralizado.

Por outro la­do, uma empresa química sueca vive constantemente à cata de novos mercados e, de modo geral, não se caracteriza por uma produção de custos mais baixos; atrai clientes e ganha lucros graças à inovação e às vendas, e está sempre em bus­ca de novas formas de ajudar os clientes na utilização de seus produtos.

Seu pro­cesso de tomada de decisões está muito descentralizado, o que permite aos dire­tores de divisão, que conhecem melhor os clientes, decidir sobre tudo o que se relaciona com o desenvolvimento da linha de produtos e das novas técnicas de produção que poderão ser implantadas.

Nenhuma dessas duas estratégias é er­rônea; são simplesmente diferentes e também pressupõem diretores com conheci­mentos e habilidades diferentes.

As duas podem ser igualmente eficazes se estão em boa sintonia com o mercado para o qual produzem.

De fato, é possível que as duas empresas possam operar no mesmo mercado, cada uma dedicada a um tipo dife­rente de cliente.

O mais importante para o tema que nos ocupa, entretanto, é que as duas empresas terão sistemas de con­trole de direção bastante diferentes.

O que é, então, um sistema de contro­le de direção?

O que se pode dizer sobre esse tema para facilitar aos executivos, de empresas grandes e pequenas, o estudo de seu projeto e de seu ajuste dentro de sua organização?

O que é um sistema de controle de direção?

Em linhas gerais, um sistema de con­trole de direção se parece com qualquer outro sistema. Consiste numa estrutura e num processo.

A estrutura diz como é o sistema; o processo informa o que ele faz.

Ao estudar o sistema do corpo humano, por exemplo, estuda-se a anatomia (a estrutura) e a fisiologia (o processo).

Com­parativamente, pode-se dizer que um sis­tema de controle de direção tem sua ana­tomia e sua fisiologia.

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Fonte: David W. Young – Professor de Sistemas de direção da Universida­de de Harvard, dirigiu o programa Health Policy and Management de 1979 a 1982. É perito em siste­mas de controle de programas sanitários.