A guisa de resumo, é útil retomar o exemplo das duas situações estratégicas apresentadas a princípio.

Ao mencionar as duas empresas químicas – a alemã e a sueca – indicou-se que, por suas diferentes orientações estratégicas, era mui­to provável que tivessem sistemas de controle de direção completamente diversos.

Como seriam esses sistemas?

Em primeiro lugar, é evidente que as estruturas de controle da gestão serão muito diferentes.

A empresa alemã, com sua ênfase na produção, considerará provavelmente sua fábrica como um centro de gastos, com a responsabilidade de conseguir baixos custos unitários para cada pedido recebido.

A empresa sueca, por sua vez, considerará suas divisões como centros de lucros, pois a responsabilidade de seus diretores é trabalhar em estreito contato com os clientes e determinar novos canais para comercializar os produ­tos da empresa.

Na fase da programação do ciclo de controle da gestão, será natural que a empresa sueca desenvolva muitos produtos e serviços novos, ao passo que a alemã trabalhará com mais lentidão nesse sen­tido e se concentrará nas melhorias do processo de produção.

Contudo, para que a programação funcione bem, a empresa sueca terá que delegar um alto grau de independência às suas divisões.

A direção não pode interferir na procura de uma técnica produtiva de menor custo que de­verá ser aplicada às novas ideias geradas numa divisão; em seu lugar, os diretores das divisões devem ter a oportunidade de ganhar os benefícios por si mesmos (supondo que dirijam um centro de benefícios); por isso a intervenção dos altos níveis de gestão na tomada de decisões se­rá praticamente nula ou se limitará a fun­ções de coordenação.

Por outro lado, na empresa alemã, a direção centralizará grande parte do processo de tomada de decisões.

O mesmo se pode dizer da fase de ela­boração do orçamento.

A empresa alemã examinará minuciosamente os dados so­bre custos apresentados pelos diretores de produção, ao passo que a empresa sueca se interessará sobretudo pelos benefícios gerais, e deixará as decisões relacionadas com os custos unitários e de comercialização nas mãos dos diretores das divisões.

A empresa alemã controlará muito de perto as operações, e as revisões do orçamento se farão com base no volume real de produção por tipo de produto.

A di­reção da empresa sueca se interessará sobretudo pelos benefícios reais, compara­dos com os previstos no orçamento, e se ocupará pouco com as mudanças no vo­lume dos custos unitários; os diretores das divisões terão absoluta responsabilidade sobre o volume de vendas e dos custos de fabricação dos produtos que devem aten­der a demanda e exigência do consumidor.

Além disso, os custos se medirão com muito mais cuidado na empresa ale­mã, que exigirá uma informação muito detalhada a seu respeito.

Na empresa sueca, tal situação poderá dar-se em nível divisional, mas a direção da empresa não se interessará pelos custos detalhados de cada divisão.

Por último, o sistema de informação da empresa alemã estará centrado sobre­tudo na eficiência.

Este será o fator fun­damental uma vez feitos os ajustes necessários sobre as mudanças no volume, combinação de produtos fabricados, preços unitários dos materiais e salários.

De fato, podemos supor que a empresa esta­rá dividida numa série de centros de gastos, cada um com padrões de eficiência para cada tipo de produto fabricado.

Na empresa sueca, o sistema de informação se centrará nos benefícios e, para além desse fator, procurará indicar qual a proporção destes que procede dos novos produtos e serviços, assim como a porcentagem dos novos clientes que a empresa conquistou.

Níveis de pormenor para o funcionamento ótimo de um sistema de informação

  • Um nível sumamente resumido, com informação sobre as divisões ou departamentos, para uso exclusivo dos altos níveis da organização.
  • Uma divisão em seções ou subdepartamentos, dentro das divisões ou departamentos, com referência aos altos níveis da organização, que os diretores de divisão ou departamento podem utilizar primariamente.
  • Uma subdivisão do pessoal dentro das seções ou subdepartamentos, ligados aos diretores de divisão ou departamento e o uso primário dos diretores de seções ou subdepartamentos.
  • Uma lista detalhada e minuciosa do pessoal e dos materiais, que se utiliza apenas quando é preciso uma análise mais profunda; esse último nível constitui a base da informação resumida mencionada acima, assim como dos sistemas de contabilidade e contabilidade de custos.

Evidentemente, os níveis de pormenor devem adaptar-se às exigências de cada organização.

Nas menores, a direção está em estreito contato com todos os programas e atividades, e talvez só precise de dois níveis: um resumido e outro muito detalhado.

Quando detectar problemas, poderá discutir com as pessoas implicadas, utilizando a informação detalhada para responder perguntas, sempre que for necessário.

Nas organizações médias, talvez sejam necessários três níveis e, nas maiores, utilizarem-se quatro ou mais.

Há vários fatores fundamentais para tomada de decisão no que se refere ao número adequado de níveis de pormenor: o tempo que a direção dedica a estudar os informes, os tipos de decisões que podem tomar com base nesses dados, o grau de responsabilidade, delegada aos indivíduos nos diferentes níveis da organização e o custo implicado na preparação dos informes.

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Fonte: David W. Young – Professor de Sistemas de direção da Universida­de de Harvard, dirigiu o programa Health Policy and Management de 1979 a 1982. É perito em siste­mas de controle de programas sanitários.